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MONÓLOGO



(IN)SENSATEZ

 Eu ando pelas ruas e vejo...
Que as pessoas simplesmente olham...
Com suas vistas ofuscadas!!!
De que valem lindos olhos que nada veem?
Olhos que veem, mas não enxergam nada?!!
De que valem bocas que não “falam”?
Mãos que não “acariciam”?
Pessoas insensatas!!!
Sim! Pessoas insensatas! Presas na sua sensatez medíocre! Ridicularizada!!!
Enquanto uns enxergam com a alma,
Outras almas olham, mas não enxergam nada!!!
Onde foi que eu me perdi no meio dessa gente insana???
Onde???

O que eu quero do mundo???
Nem eu mesmo sei.
Já quis tantas coisas, já olhei tantos horizontes...
E hoje?! Háá! Os horizontes se apresentam pálidos!!!
Óh! Pálido horizonte frio! Mais distante do que nunca esteve.
Mais perto que sempre.
Por que as minhas constelações favoritas estão se distanciando???
Por que o céu parece mais frio?
E a noite mais gélida???

O que mudou tanto dentro de mim?
O quê???
Olhem pra dentro de mim estrelas do céu infinito...
E digam: roubastes meu brilho interior???
Ou o brilho que reluzia dentro de mim não passara de uma ilusão?
Ah... ilusão!!! Doce ilusão!!!
Nunca foste tão amarga como agora.
Feliz das crianças... que ainda mantêm firme um brilho no olhar.
Não sabem nada da maldade do mundo... nem das tristes cores do céu!!!

Ah o céu... meu lindo céu....
Céu... CÉU... CÉÉÉÉUUUU!!! Será que você ainda me ouve???
Eu quero falar, eu quero gritar, quero pedir... me escute... agora...
Faça o manto das estrelas descer e sufocar o meu frio!!!
Quero dormir com cantigas de ninar...
Então cante pra mim!!!

Será que existe alguém aí em cima. Será???
Oiiiiii!!!! Oláááááá!!!
Alguém pode me ouvir???
Alguém quer falar???
Olááááá... Oláááááááá...
Ahhhhhhhh!!!
As atitudes se calaram e o vento parou de soprar!
O amor foi abafado, os sentimentos sufocados...
E os dedos ficaram estáticos... sem força para dedilhar...
Os sorrisos? Ah... os sorrisos!!! Os sorrisos foram silenciados, sucumbidos!!!
Os abraços separados... deixados ao relento,
Ao contento desse mundo que está apenas do lado de fora!!!
Não dentro de mim, ainda que eu sofra as consequências.
O que está havendo com o mundo?
O que tem sido feito da vida??!

Eu pergunto a mim mesmo...
De que vale o amor? De que vale???
Amor-amor, amor-dor, dor de amor???
E quem foi que disse que o amor dói?
O amor constrói, mas o "amor" destrói... há há há!
Então para que amar??!
Amar, amargar, desamar... fenecer.....
Quem será que ama de verdade. Quem? Quem?
Corpo? Alma? Coração?

Estou farto de questionamentos e de respostas que não me levam a lugar algum!
A rotação do mundo e a translação da Terra me ENJOAM!!!
Onde estão os sábios? O que dizem os anciãos? O que virá no futuro?
Onde estão os Mestres e os guias? Onde estão as pessoas de verdade?
Ahhhhh!! Estou cansado!
Já chega de pensar, pensar e pesar!
Vou falar... vou gritar... e tanto...
Que até o silêncio vai ficar estridenteeee...

Que o mundo aguente o que há de pior em mim...
Por que o meu melhor é o que ele tem sempre...
O meu Eu doce é o que caminha pelas ruas.
Que se abram as janelas dos escritórios...
Que as casas não tenham portas nem batentes...
Que o trânsito seja respeitado... e que os políticos possam ficar estáticos, congelados...
Há há há há há!
Que me ouçam as plantas, animais rendam-se,
E que as ondas do mar fiquem serenas!
Eu quero FALAR. Tenho algo a dizer ao mundo!

Por que o céu ficou cinza de repente???
Por que tudo ficou tão frio, tão lúcido e  louco ao mesmo tempo??!
Onde está a bonança? Onde estão as pessoas que ainda têm coração?
Por que o meu... o meu coração cativo vive livre e sem limites...
E ainda assim, não sei se há mais cinza...  nas cores do céu ou na poeira do meu coração estúpido!!!
Não sei se tanta bondade vai resistir nesse mundo que não para!
Quero mais que os pianos fiquem sem o dó ré mi...
Vou olhar pra eles e rir... há há há... vou rir tanto!!!
Quero espirrar as músicas tristes que tive que ouvir...
Certas emoções que nem sei se valeram tanto a pena!!!

Os músicos de hoje não têm nem mais o que criar...
O mundo deve estar se acabando mesmo... ruindo feito terra.
Nunca se cantaram tantos sentimentalismos baratos!
As mocinhas apaixonadas das letras românticas já estão cansadas,
Exaustas de tanto ir e vir... voltar.. brigar... de ficarem tristes e chorar...
Ahhhh!!! Ninguém tem mais nada criativo pra cantar não?
E as poesias então?
Ah, essas sim estão mudando...
As virgens dos lábios de mel parecem que até foram tragadas por um furacão...
Estão rodando nos tornados, divagando pelo céu...
Numa ventania tão forte... penso que nem voltarão!!

Acho que é por isso que às vezes troveja...
As virgens estão tentando descer, mas alguém não deixa!!!
Será Afrodite que está assustada com os homens de hoje?
Será que ela está segurando as donzelas para os marinheiros que ainda vão chegar?
Sim... os marinheiros de antigamente... por que os de hoje... ah!
Estes não ouvem mais o canto das sereias...
Cantam com o choro das baleias...
Penso que Netuno não irá deixá-los sair do mar...
E melhor que não saiam mesmo!! Há há há há há!!!

Mar, céu, céu, mar, ar, terra... guerras...
Ontem.. hoje... amanhã... antigamente...
Quanta coisa passa pela minha mente...
E vocês o que pensam???
Estão felizes com os filósofos de hoje???
Alguém ainda fala sobre a filosofia da alma?
Ou será que ela se perdeu dentro do abismo do tempo???

Ah! Eu quero respirar. Tirem toda essa fumaça do céu!!!
Façam as fábricas calarem!
Que silencie o último apito...
E que partam-se os navios!
Saiam todos... levem os “desvairados”... os levianos e os estúpidos também!

Ééééé... as coisas mudaram... a vida na Terra já não é mais a mesma.
As pessoas estão se perdendo nas grandes cidades, como baratas!
E nós? Nós mesmos... matadores de baratas... estamos ficando tontos...
Correndo de um lado para outro... sem muito sair do lugar...
Que horror!!! Ninguém mais quer andar e aprender o caminho...
Estão todos esperando o carro passar!!!

3 comments:

  1. Amo o que esta poetisa escreve! Vamos refletir! A vida no aconchego do bom vizinho, que existe em pequenas cidades, não tem preço que pague!

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  2. Não podemos nos desiludir diante de nossa realidade cinzenta, seria o mesmo que permitir que os nossos sonhos e esperança fossem despedaçados. Depois da fé, são nossos sonhos que nos permite seguir em frente. Não podemos deixar de acreditar que podemos mudar as coisas e tornar o nosso mundo um lugar melhor.

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